Informações do curso de Biblioteconomia

  A criação do primeiro curso de graduação em Biblioteconomia deu-se a partir de 1911, ocasião em que foi fundado o Curso de Biblioteconomia da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, durante a direção de Manoel Cícero Peregrino da Silva, sendo responsável, também, pelo processo histórico do ensino biblioteconômico no país, embora “[...] a iniciativa da criação do curso estivesse ligada ao suprimento das necessidades internas e da consolidação de um projeto da elite dominante” (OLIVEIRA; CARVALHO; SOUZA, 2009). O programa curricular do curso se inspirava no modelo francês da École de Chartes, sendo composto por disciplinas de Bibliografia, Paleografia, Numismática, Diplomática e Iconografia.

   Referencia : OLIVEIRA, M.; CARVALHO, G. F.; SOUZA, G. T. Trajetória histórica do ensino da Biblioteconomia no Brasil. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 19, n. 3, p. 13-24, set./dez. 2009. Disponível aqui. - Acesso em: 18 maio 2010.

  Em 1929, o “Mackenzie College” e em 1936, a Prefeitura Municipal da cidade de São Paulo, criaram os seus cursos de Biblioteconomia, inspirados no modelo norte-americano, que possuíam ênfase nos aspectos técnicos da profissão.

  Com o passar dos anos, muitas transformações ocorreram nas grades curriculares dos cursos de Biblioteconomia, como, por exemplo, o estabelecimento do primeiro Currículo Mínimo, durante os anos 60. Este novo currículo era composto pelas seguintes disciplinas: História do Livro, História da Literatura, História da Arte, Introdução aos Estudos Históricos, Evolução do Pensamento Filosófico e Científico, Organização e Administração de Biblioteca, Catalogação e Classificação, Bibliografia e Referência, Documentação, Paleografia (CASTRO, 2002, p. 35). Este currículo, segundo Castro (2002, p. 36), tinha por objetivo “[...] atender às necessidades do ‘mercado biblioteconômico ascendente’, ao aumento da produção científica brasileira [...] e às técnicas biblioteconômicas que eram o canal privilegiado para isso”.

  Já no ano de 2001, foram aprovadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Biblioteconomia, sendo estas ainda vigentes. Tais diretrizes determinam que os formandos em Biblioteconomia devam possuir as seguintes habilidades e competências (OLIVEIRA; CARVALHO; SOUZA, 2009):


A) Gerais:

  • gerar produtos a partir dos conhecimentos adquiridos e divulgá-los;
  • formular e executar políticas institucionais;
  • elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos;
  • utilizar racionalmente os recursos disponíveis;
  • desenvolver e utilizar novas tecnologias;
  • traduzir as necessidades de indivíduos, grupos e comunidades nas respectivas áreas de atuação;
  • desenvolver atividades profissionais autônomas, de modo a orientar, dirigir, assessorar, prestar consultoria, realizar perícias e emitir laudos técnicos e pareceres;
  • responder a demandas sociais de informação produzidas pelas transformações tecnológicas que caracterizam o mundo contemporâneo.

B) Específicas:

  • interagir e agregar valor nos processos de geração, transferência e uso da informação, em todo e qualquer ambiente;
  • criticar, investigar, propor, planejar, executar e avaliar recursos e produtos de informação;
  • trabalhar com fontes de informação de qualquer natureza;
  • processar a informação registrada em diferentes tipos de suporte, mediante a aplicação de conhecimentos teóricos e práticos de coleta, processamento, armazenamento e difusão da informação;
  • realizar pesquisas relativas a produtos, processamento, transferência e uso da informação.

Referencia:
CASTRO, C. A. Histórico e evolução curricular na área de Biblioteconomia no Brasil. In: VALENTIM, M. L. (org.) Formação do profissional da informação. São Paulo: Polis, 2002.

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